quarta-feira, 27 de outubro de 2010

"One Man Army"

Duas invenções mudaram a música pra sempre no século XX: Uma foi a Guitarra Elétrica, e a outra foi a Bateria Americana Moderna:
One Man Army: Gene Krupa, 1930's, o precursor dos solos de bateria.

Antigamente, só podíamos escutar linhas de percussão de duas maneiras. Ou os tímpanos de uma orquestra, ou as bandas marciais. A bateria americana tornou possível que um só homem fizesse o trabalho de muitos. E esse progresso não trouxe apenas facilidades em si, mas semeou e germinou uma incrível linhagem de gênios.
O primeiro deles foi este homem simpático e elétrico que vemos em fotos acima, e neste vídeo aqui em baixo:
 

Ele é uma inspiração até hoje, pois trouxe as técnicas marciais dos rudimentos de caixa para a bateria moderna. Até hoje, os 40 rudimentos são largamente estudados no mundo inteiro. (em breve falarei mais sobre eles, e sobre a didática que utilizo para o seu ensinamento).
Gene Krupa primeiramente, trouxe uma abordagem livre e nova para o Jazz. Novos ares para a música, com toda a certeza, pois carimbou a presença de percussionista como elemento-chave em qualquer ritmo desde então, dirigindo as atenções para esse instrumento totalmente inovador, e até aquele momento, jovem e desafiador.

Porém, para todo mestre, há um discípulo. Bernard "Buddy" Rich, nascido em 1917, é com certeza o real sucessor de Krupa. E mais do que isso: é considerado por alguns o maior baterista de todos os tempos da música, pois simplesmente desvendou as técnicas do "mágico" antecessor, e criou uma didática para o seu ensinamento a todos os bateristas do mundo. Eu gosto de chamá-la de "Controle de reação": Pra toda ação, existe uma reação, e pra todo o ataque da baqueta, existe o rebote. E é nesse universo de controle de rebote aonde pode se desenvolver tamanha velocidade e versatilidade na hora de tocar, com o mínimo de esforço possível.
 
Este solo mudou a vida de todos os bateristas até então. O esforço físico existe apenas no "down stroke", o "up stroke" fica por conta da própria física. Eis uma bela descoberta hein? Com certeza facilitou a vida de milhões.

Krupa a inventou. Buddy Rich a incorporou e passou adiante. Hoje em dia, já temos um baterista-físico que explica exatamente isso: Freddy Gruber. Mas é necessária muita atenção e prática para entender e alcançar sozinho esse, digamos, "Nirvana baterístico", aonde se utiliza a mística da física e do universo para alcançar a habilidade suprema de tornar as baquetas parte do seu próprio corpo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário